O filme Nós que aqui estamos por vós esperamos (1999) dirigido pelo brasileiro Marcelo Masagão é uma leitura poética da obra Era dos Extremos (1994) do historiador britânico Eric Hobsbawm que discorre sobre as ambiguidades e contrastes do explosivo século XX: no qual "mataram-se mais seres humanos do que em qualquer outra época" e o homem "chegou a níveis de bem-estar e a transformações jamais vistas" (Elio Gaspari).

Para o autor do livro, são três grandes eras: a da "catástrofe (de 1914 a 1948), marcada pelas duas grandes guerras e pelo surgimento da URSS como alternativa ao capitalismo; a "era dourada" (de 1949 a 1973), quando floresceu o capitalismo e se deu uma extraordinária expansão econômica; e a fase do "desmoronamento" (1970-1991), na qual caíram por terra os sistemas institucionais que limitam o barbarismo humano.

No filme Masagão utilizou quase exclusivamente imagens de arquivos e é através de um brilhante trabalho de montagem associado a envolvente trilha sonora de Wim Mertens que esse diretor conseguiu conquistar público e crítica ganhando vários prêmios.

O título do filme vem do letreiro disposto em um cemitério localizado na cidade de Paraibuna, no interior do Estado de São Paulo, onde se lê a mesma frase.

O filme é ótimo para trabalhar em sala da aula porque apresenta de forma sensível muitos questionamentos sobre a nossa forma de ser e estar no mundo.




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